Mãe que assumiu ter batido no filho até a morte em BH tinha tatuagem com nome da criança

A
mãe suspeita de matar o próprio filho, de apenas 9 anos,
no bairro Flávio Marques Lisboa, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, com ajuda do padrasto, tinha uma tatuagem com o nome do filho em um dos braços, escrito Arthur, conforme apuração da Itatiaia, nesta quinta-feira (16). A mulher e o companheiro dela, de 39 anos, vão continuar presos por 30 dias, após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Ainda de acordo com a apuração da reportagem, Arthur deu entrada no Hospital Júlia Kubitschek, no bairro Milionários, no dia 23 de agosto. No local, a mãe e o padrasto da criança disseram à equipe médica que ele havia caído na escola e machucado a perna. Os profissionais, porém, desconfiaram da versão, já que Arthur tinha outras lesões, como machucados no abdômen, nariz e ferimentos internos.

No documento que embasou o mandado de prisão, a
mãe do menino confessou que agrediu o filho com chineladas e tapas no abdômen e nas costas, afirmando que “passou do ponto”
e que estava sob efeito de cocaína.

Imagens cedidas à Itatiaia

Momento em que mãe de Arthur, de 9 anos, é presa após matar o próprio filho em BH.

Já o companheiro dela apresentou uma versão contraditória: ele disse estar em casa quando o menino voltou da UPA e negou ter presenciado qualquer agressão, enquanto a mulher afirmou que ele havia saído de casa nesse período.

“Tal contradição evidencia tentativa de manipulação dos fatos e obstrução da investigação, além de indicar possível coautoria ou omissão relevante”, diz o documento.

Comportamento anormal em velório

Além de Arthur, a suspeita tem outros dois filhos, um menino de 6 anos e um bebê de seis meses. O filho mais velho presenciou as agressões e também deve ser ouvido pela Polícia Civil (PC). No dia do velório de Arthur, familiares da mulher relataram um comportamento anormal da mãe de Arthur.

Segundo eles, a mulher chegou sorridente e sem demonstrar luto. O padrasto não apareceu na cerimônia. A polícia confirmou também que o casal seria usuário de cocaína, inclusive consumindo a droga na frente das crianças.

“A prisão temporária mostra-se imprescindível para a persecução penal. As versões apresentadas pelos investigados variaram ao longo das oitivas, comprometendo a integridade da prova e evidenciando risco de interferência na colheita de novos elementos. O Conselho Tutelar, inclusive, precisou intervir para determinar o acolhimento institucional dos outros dois filhos do casal, diante do perigo concreto à integridade física e emocional das crianças”, completou o documento.

A Justiça destacou ainda que a mãe tem antecedentes por tráfico de drogas e um histórico de mudança frequente entre municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, demonstrando “risco real de evasão”.