O réu saiu preso do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, na última sexta-feira (11/2), quando a sentença foi proferida pelo juiz Daniel Leite Chaves. A decisão do magistrado, no entanto, só foi divulgada nesta terça-feira (15/2) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Ele não poderá recorrer em liberdade.
Na ocasião, a polícia local informou ao Itamaraty que Edinalva foi assassinada com golpes na cabeça 15 dias antes de o corpo ser encontrado por colegas de trabalho em estado avançado de decomposição. A vítima, que trabalhava como faxineira, emigrou clandestinamente para os Estados Unidos, quando tinha 22 anos, em busca do “sonho americano”, onde conheceu o réu. Eles estavam casados desde 2009.
Agora, em um novo capítulo, durante a sessão plenária do Tribunal do Júri, a promotora de Justiça Renata Valladão Nogueira Lopes Lins demonstrou que a conduta de natureza hedionda apresentou detalhes qualificados como estarrecedores, que “refletiram o temperamento frio, egoísta e controlador do réu”.
Ela destacou que “o ciúme que motivou o crime não tinha qualquer traço de amor, cuidado e zelo, mas, ao contrário, consistia em puro sentimento de posse do marido, que, frequentemente, telefonava para a família da esposa no Brasil para ‘comunicar’ e se queixar de comportamentos que considerava inadequados e sugestivos de traição, como chegar em casa ‘fora de hora’, vestir-se ‘bem arrumada’ e não permitir o acesso do seu celular ao marido”.
Segundo o Ministério Público mineiro, Paulo Sérgio, motivado pelo sentimento de posse, executou Edinalva dentro do apartamento do casal, localizado no Bairro Brighton, e deixou o corpo sob forte refrigeração pelo aparelho de ar-condicionado, a fim de retardar o estado de putrefação, e retornou ao Brasil, deixando o país onde morava há 10 anos.
Ao chegar em Sobrália, sua cidade natal, a 54km de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, ele participou de um churrasco de boas-vindas, organizado pelo sogro, como se nada tivesse acontecido, detalha trecho da denúncia.
Desde a ciência do fato pelas autoridades brasileiras, em 22 de setembro de 2011, até a sessão plenária na semana passada, o réu estava residindo em Sobrália. Em 2013, Paulo Sérgio chegou a cumprir 30 dias de prisão temporária.